Conversas com política

Primeira parte de uma tentativa de prosseguir com assuntos referentes à política.

Em um cenário hipotético, imaginemos um grupo de amigos que costumam falar sobre os assuntos mais variados. Vida, trabalho, família, festas, assuntos comuns à vida de qualquer um. O ambiente é sempre bem descontraído, são momentos de crescimento necessários ao animal social que o ser humano. No entanto, existem algumas diferenças entre os componentes desse grupo. Ora, mas as diferenças são saudáveis, não existem grupos sem diferenças. Sim, mas as diferenças são um pouco mais delicadas, vamos falar um pouco sobre. Um dos integrantes do grupo, fatidicamente, em 2018, era apoiador ferrenho do presidente atual. Ponto que por si só já mostra um pouco sobre quais seriam as questões importantes a serem debatidas, mas sigamos. Esse eleitor, em 2020, tem consciência de ter cometido uma falha, mas para ele ainda é difícil não se opor a qualquer argumento progressista, as ideias reacionárias de Bolsonaro ainda parecem próximas do que ele entende como correto. Esse ex apoiador não costuma falar muito sobre essas questões, também não costumava falar sobre, antes das eleições. O ponto chave para entendermos a questão não é o hoje, o porquê de não conseguirmos dialogar com esses eleitores é uma consequência da falta do diálogo no momento certo. A esfera política lida muito com situações em que a negligência hoje é fatidicamente uma bola de neve amanhã, o tempo de agir é fundamental. Óbvio que nosso papel não é tão ativo como gostaríamos, ou como eu gostaria, porém se abster resulta em 2020, basicamente. Ninguém quer um Brasil onde tenhamos que lidar com governos cada vez mais alheios aos problemas do país, aliás, os que querem estão vencendo... O convite ao debate é a ideia principal, dialogar nesse momento de crise é uma das poucas coisas que podemos fazer para amenizar o problema. Comecemos a falar mais sobre política, o esforço de hoje pode demorar décadas para surtir efeito, mas todo fim precisa de um início.